domingo, 29 de agosto de 2010

Mãe


Eu te amo!
Mas as paredes da sua casa se movem em minha direção, me fecham, asfixiam.
Há um cheiro no ar que me provoca naúseas, é cheiro de cimento, fumo, cachaça e suor.

Mãe, desde os meus 10 anos de idade que eu aprendi a te amar assim de longe, foi preciso.
Sinto felicidade em vê-la, mas não na sua casa, não me peça para visita-la nesse lugar, onde eu fui tão infeliz.
Não me peça para perdoar quem dilacerou minha alma, não me faça encara-lo e fingir que nada aconteceu.
Mãe, eu sinto mágoa de ti, perdoe-me eu sou humana e é involuntário, mas acredite; eu te amo, porém continuarei ausente.
Um dia a senhora se acostuma, eu me acostumei.

Se um dia vinheres em minha casa farei seu prato preferido. Vou te encher de beijos, contar coisas sobre seus netos, sorrir...
Mas em sua casa eu não vou!

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