quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Ao demônio dentro de mim

Eu:
Não despertes agora
O sol ainda não nasceu
E se em dor afloras
Não despertes no peito meu.
Durmas mais um pouco
Descanse me esqueça
Não despertes assim tão louco
Deixe que outro sentimento me aqueça.
Alma desgraçada!
Lute!, grite!
Não dê a este ser morada
Não se entregue, não seja triste
Não deixe que a solidão te invada.

A alma:
Eu?
aprisionada nessas quatro paredes
em arquitetura de carne erguida
o que posso contra este ser
há tempos considerado o mal do século?
o que posso contra este ser que insiste em mim habitar?
óh corpo (cárcere), liberte-me!, liberte-me!

E o demônio:
Alma, tola alma!
não sabes que és meu pungente habitar?
queres do seu cárcere se libertar?
liberte-se!
mas saiba que eu, teu carrasco, lá no túmulo
vou para sempre contigo estar.


Elaine.

Um comentário:

Unknown disse...

Legal, muito bom!!!