terça-feira, 21 de junho de 2011

Liberdade

Soldados do mundo inteiro
calai vossas metralhadoras,
descansai vossos fuzis,
escutai a única palavra
que todos os ditadores temem,
que a todos os carrascos intimida,
que todos os capitalistas renegam,
todos os impérios proíbem,
todos os oprossores abominam,
todos os exploradores amordaçam.
Cárceres de todas as pátrias
abri vossas portas opressoras,
acabai com vossos martírios,
escutai a única palavra
que todos os pássaros gorgeiam,
que todos os mares murmuram,
que todas as noites acalentam,
todas as horas procuram,
todas as estrelas iluminam,
todos os animais farejam.
Tiranos de todos os povos
esquecei vossas medalhas,
derramai vossos ódios,
escutai a única palavra
que todos os famintos anseiam,
que todos oprimidos rogam,
que todos os pobres esperam,
todos os sem-direito-à-terra desejam,
todos os torturados imploram,
todos os banidos buscam.
Militares de todos os exércitos
voltai para vossos quartéis,
lembrai de vossas missões,
escutai a única palavra
que todos os jovens proclamam,
que todos os filhos cobram
que todos os heróis descobrem,
todos os injustiçados aguardam,
todos os dominados suplicam,
todos os guerrilheiros aspiram.
Regimes infames que desfilam
sua força blindada
sobre a cabeça dos vencidos,
findai vossos horrores,
ouvi o clamor dos miseráveis,
escutai a única palavra
que todos os desgraçados reverenciam,
que todos os pobres desejam,
que todos infelizes indagam,
os torturados gritam,
os exilados esperam,
os levados ao suicídio 
deixam no ar
como um último pedido.
Senhores donos do mundo
parai com vossa ganância,
estancai a fome,
acabai com a opressão,
escutai a única palavra
que todos os povos clamam,
que todos os condenados sonham,
que todas as crianças soletram,
todos revolucionários almejam,
todos os mártires conquistam,
todos os poetas escrevem,
e que se chama
LIBERDADE.

Maciel de Aguiar
São Mateus, 11/02/68

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